sábado, 10 de abril de 2010

Umbanda versus Candomblé?

Existe realmente uma guerra entre Umbanda e Candomblé? Eu não creio.


A Umbanda é uma religião altamente sincrética, formada pela união de várias tendências espiritualistas, na qual entram elementos de outras religiões ou filosofias. Bebeu na fonte do Candomblé, do Cristianismo, do Espiritismo de mesa, do Kardecismo e, também, dos rituais indígenas de pajelança.

É acusada, por isto, de ser uma imensa colcha de retalhos, arremedo de outras religiões, o que é altamente injusto. As falanges formadas no Astral Maior, para a criação deste novo formato espiritual, fundiram todas as vertentes no que tinham de melhor, e as adaptaram para os trabalhos umbandistas.

Fica, então, uma pergunta, feita a mim, por várias pessoas: - A Umbanda é a melhor, por ser uma reunião de todas as outras? É óbvio que não! Todas as religiões são boas, desde que entendidas como elementos que nos despertem a fé, direcionando-nos para a grandeza de uma força superior, e trazendo a paz de espírito buscada por todos.

O Candomblé, por sua vez, é uma religião africana, que não aderiu a outras formas de trabalho e preferiu conservar seus ritos tradicionais, louvando apenas os orixás.

De alguns anos para cá, temos visto, cada vez mais, a união destas duas forças religiosas se entrelaçando em rituais. Lá no cerne, são leis completamente diferentes, mas que podem sim, ter uma convivência pacífica e enriquecedora para ambas. Os zeladores do Candomblé e os dirigentes de Umbanda se acusam, mutuamente, de estarem entrando no campo um do outro, forjando similaridades e causando uma confusão de leis.

Eu, contudo, acho isso uma imensa bobagem. Temos o dever, independentemente de nossas crenças e rituais, de utilizar os meios espirituais que dispomos, trabalhando para o bem comum, a caridade e a paz universal, sentimentos que devemos plantar, em nossas casas, como sementes, no coração de cada médium ou consulente que nos procurem. Esta é a função das religiões e de todo e qualquer religioso. Guerra nunca!

Luiz Carlos Pereira

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