De vez em quando gosto de assistir aos programas de humor que determinadas igrejas nos oferecem. Há um “quê” de cinismo nessas pessoas que se dizem ex-pais e mães de encosto, não acham? Já ouvi depoimentos desses expoentes da Umbanda claramente mentirosos e somente quem está na religião percebe as grandes inverdades que eles contam. Para eles, qualquer de nossas entidades ou orixás independente se da esquerda ou direita, são vampiros e adoram trabalhar com litros e litros de sangue. Não fazem o bem para ninguém, o grande passatempo deles é fazer o mal para qualquer pessoa que se aproxime de um terreiro, seja ele de qual vertente for. Descrições patéticas de invasões a cemitérios onde as entidades enfiam-se pelos túmulos a dentro procurando por crânios, cabelos e unhas para cumprir sua missão terrena a de fazer o mal a tudo e a todos. Quem de nós, trabalhadores da Umbanda ou do Candomblé, já viu pelo menos uma vez esse tipo de cena bárbara que os “ex” contam com a maior cara de pau? O que dizer então das cenas dantescas que assistimos quando das “sessões de descarrego”? Nós que convivemos com os mistérios dos trabalhos espirituais sabemos que a mediunidade às vezes leva meses e até anos para se manifestar, mas por incrível que pareça qualquer pessoa, seja médium ou não, ao subir ao púlpito, incorpora exus terríveis, chupadores de sangue e roedores de ossos humanos. Isso tudo numa representação digna de pena, acompanhada de uivos e rosnados assustadores. Não chega a ser engraçado? Nunca em mais de trinta anos freqüentando terreiros de variados tipos com diferentes formas de trabalho assisti tamanho fenômeno de mistificação coletiva. Acho que é chegada a hora de dizer a verdade, denunciar em alto e bom som a discriminação que sofremos por parte desses supostos “salvadores de almas”. A Umbanda não é isso, o Candomblé não é isso e nenhuma das vertentes espiritualistas que conheço fazem parte dessa grotesca farsa circense a que somos submetidos todos os dias. Nossa religião não cresce usando o nome de nenhuma outra, não tem e nem deseja esse poder manipulador que essas igrejas demonstram para favorecer o enriquecimento de seus lideres. Hora de dizer que estamos fartos de falsos médiuns, falsos pais e mães de encosto e falsos exus. Hora de escancaramos nosso orgulho em servir uma fé a que nos entregamos de corpo e alma para o bem de nosso próximo. Hora de dizer que nossas entidades e orixás são luz e proteção, caridade e força, verdade e fé. Hora de dizer BASTA!
Luiz Carlos Pereira
3 comentários:
Sim, muito cômico... e, só não é mais cômico ainda por ser demasiadamente trágico.
É, até então ainda nao conheço direito a Umbanda, estou me desenvolvendo e descubrindo esses mistérios. Mas em momento nenhum para o mal. Excelente trabalho o seu no Blog. Parabéns.
Engraçado, vocêe tocar no assunto, pois estava justamente abordando em meu blog, sobre a ignorância e a mistificação. Concordo plenamente contigo, e ainda ressalto: nunca vi e nem conheci um espírita que tenha mudado radicalmente para este tipo de corrente ideológica, a não ser os ignorantes que provavelmente nunca foram embuídos com o verdadeiro sentimento da caridade e do amor, não se trata de julgament e sim de uma constatação!
Sou umbandista, em desenvolvimento, e particularmente, sempre tive a tendência a pesquisar sobre os mais variados tipos de crença.
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