Exu sempre foi o mais alegre, divertido e comunicativo de todos os orixás. Ao criá-lo, Olorun, deu-lhe, entre outras funções, a de mensageiro comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava durante horas trazendo alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação em um local mais propicio à reflexão.
Então, eles, em romaria, foram pedir a Exu, que parasse com aquela atividade barulhenta, que a todos estava enlouquecendo, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e ele, apesar de contrariado, nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, porém, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria e leveza que a música trazia. Perceberam que as cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, se reuniram e resolveram pedir a Exu que voltasse a animar as festas, pois elas tinham perdido o frescor e estavam muito sem vida.
Exu, desta vez, negou-se a atender a pedido, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse em suas viagens.
Saiu então a andar pelo mundo e logo apareceu em seu caminho um homem, de nome Ogã. Cumprindo a promessa feita, Exu confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E determinou que daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e, em homenagem ao primeiro, denominados Ogãs. E nunca mais faltaram animação e alegria nas reuniões festivas dos orixás.Graças a Exu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário