Hoje vou escrever mais um capítulo da interminável série: “Todos nos criticam por...” (Nossa mãe! Como essa série é longa e chata!).
Pois é, muitos nos criticam por causa das entregas de comidas que fazemos para os Orixás. Alegam que espíritos não comem no que eu concordo. Mas o que eles (os críticos), não sabem é que, além de Orixá não ser espírito, não entregamos a comida, entregamos a energia de elementos que se coadunam com as nuances energéticas do Orixá em questão. No entanto, por causa de tanta falação a respeito, muitos médiuns acabam tendo essa mesma dúvida. Vou então tentar esclarecer da forma mais simples possível.
Quando uma oferenda é feita, trabalhamos com a energia do Orixá desde o momento em que escolhemos os ingredientes que serão usados. Começa aí nossa comunhão com a força motriz do Orixá. Quando preparamos, por exemplo, um acarajé para Iansã, ligamo-nos à ela em prece e pensamento a partir do ato de retirar a casca do feijão fradinho. Acendemos uma vela para a homenageada que fica acesa durante toda a preparação, não nos deixando esquecer que estamos, na realidade, nos unindo em espírito à grande guerreira. Com o prato pronto entregamos em local apropriado onde nossas energias se misturarão; a nossa, a de Iansã e a dos elementos usados na confecção. A ela entregamos com carinho e respeito o trabalho de nossas mãos e esperamos que os ventos nos brindem com a força da guerreira. Ela não irá comer esses acarajés, receberá os eflúvios emanados de todo o ritual que fizemos do inicio ao fim para presenteá-la. Essa é a verdadeira razão de entregarmos comida em nossos terreiros.
Orixá não come. Fato! Mas, envolve e emana. Ponto!
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