Sou muitas vezes criticado por postar lendas africanas aqui. Não me incomodo com isso, apenas as criticas construtivas me fazem pensar. No entanto, abro um espaço para explicar a importância de contá-las. Minha intenção ao apresentar essas estórias é de mostrar, através delas, a influência de cada orixá e a forma como ele se apresenta dentro do panteão africano.
O médium que conhece um pouco dos rituais de terreiro, entenderá o porquê de alguns deles, reconhecendo-os em algumas lendas. O leitor mais atento perceberá que há muitas divergências, principalmente quanto ao parentesco dos orixás. Isso se explica pela multiplicidade de nações que geraram a mitologia africana. Além das nações africanas, muitas dessas lendas originaram-se em Cuba, onde se pratica a Santeria, co-irmã do Candomblé.
Encontraremos, por exemplo, disparidades, tais como: Iemanjá que numa lenda é irmã de Oxum e Iansã, torna-se mãe delas em outra; Oxalá às vezes é o pai, noutras, irmão de Xangô; Olocum, em algumas, aparece como mãe, em outras, é pai de Iemanjá e assim por diante.
A mitologia dos orixás foi recolhida por diversos estudiosos em seus países originais ou em terreiros que preservaram as histórias contadas por seus antepassados, o que justifica as diferenças encontradas em vários livros, pois muito do que encontramos escrito, veio na realidade, do boca-a-boca do povo.
O importante nesses casos é que se preste atenção no fundo moral e religioso que cada pequena lenda nos apresenta e nos faça refletir sobre o trabalho e a energia de cada orixá em nossa religião. Essa é a função das lendas.
Não é isso o que a Bíblia sagrada faz?
Luiz Carlos Pereira
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