sábado, 1 de maio de 2010

Lendas africanas na Umbanda?

Sou muitas vezes criticado por postar lendas africanas aqui. Não me incomodo com isso, apenas as criticas construtivas me fazem pensar. No entanto, abro um espaço para explicar a importância de contá-las. Minha intenção ao apresentar essas estórias é de mostrar, através delas, a influência de cada orixá e a forma como ele se apresenta dentro do panteão africano.


O médium que conhece um pouco dos rituais de terreiro, entenderá o porquê de alguns deles, reconhecendo-os em algumas lendas. O leitor mais atento perceberá que há muitas divergências, principalmente quanto ao parentesco dos orixás. Isso se explica pela multiplicidade de nações que geraram a mitologia africana. Além das nações africanas, muitas dessas lendas originaram-se em Cuba, onde se pratica a Santeria, co-irmã do Candomblé.

Encontraremos, por exemplo, disparidades, tais como: Iemanjá que numa lenda é irmã de Oxum e Iansã, torna-se mãe delas em outra; Oxalá às vezes é o pai, noutras, irmão de Xangô; Olocum, em algumas, aparece como mãe, em outras, é pai de Iemanjá e assim por diante.

A mitologia dos orixás foi recolhida por diversos estudiosos em seus países originais ou em terreiros que preservaram as histórias contadas por seus antepassados, o que justifica as diferenças encontradas em vários livros, pois muito do que encontramos escrito, veio na realidade, do boca-a-boca do povo.

O importante nesses casos é que se preste atenção no fundo moral e religioso que cada pequena lenda nos apresenta e nos faça refletir sobre o trabalho e a energia de cada orixá em nossa religião. Essa é a função das lendas.

Não é isso o que a Bíblia sagrada faz?

Luiz Carlos Pereira

Nenhum comentário: