Certa ocasião Xangô foi convidado para uma grande festa em sua homenagem que se daria num reino bem distante do seu. Muito comovido e alegre por tal acontecimento, preparou-se para a longa viagem.
Ao se despedir de Iansã, sua esposa, deixou-lhe uma cabaça mágica, recomendando que ela sempre a olhasse, pois se algo acontecesse com ele a cabaça mostraria.
A festa era na verdade um grande engodo preparado pelos seus inimigos para fazê-lo cair numa mortal armadilha. Totalmente despreparado para uma luta, já que fora convidado para uma homenagem, Xangô foi derrotado e lançado à prisão por seus adversários.
Após vários dias de sua partida a esposa resolve olhar para a cabaça e toma um susto. Na água límpida vê seu marido atrás das grades. Na prisão, Xangô sente que a mulher descobriu tudo e imediatamente eleva o pensamento à Olorum e, pedindo sua ajuda, provoca uma grande trovoada para que ela o encontre. Iansã ao escutar o intenso barulho riscou um circulo mágico e citando os encantamentos que só ela conhecia ergueu as mãos para o céu e chamou todos os ventos e raios dos quais era dona. Nesse momento, na cadeia, um raio poderoso arrebenta o cadeado da cela e Xangô corre para a liberdade.
Chegando à rua e olhando para o céu, vê sua mulher chegando no meio de um enorme tufão. Ela, com carinho, o puxa pela mão, fazendo-o montar no vento e o leva em segurança para o palácio real. Desse modo, Iansã, com seus poderes de guardiã das tempestades, salvou Xangô que se tornou eternamente agradecido à mulher que ama. A partir desse dia, nunca mais se separaram. Não há tempestades sem raios, ventos e trovões. O belo casal permanece unido!
Luiz Carlos Pereira
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