Parece ter virado moda a insensatez em acusar os umbandistas de “adoradores de imagens”. Isso apenas demonstra a falta de conhecimento daqueles que, na ãnsia de nos diminuir, falam bobagens pelos cotovelos.
Usamos imagens, sim, mas não as adoramos. Temos a plena consciência de que são apenas simbolos moldados e não seres divinos. Não temos o hábito de entregar nossos pedidos e oferendas a elas e quem diz que o fazemos, deve procurar estudar e entender nossos rituais, antes de fazer comentários descabidos..
As imagens estão em nossos congás para uma ligação visual com a entidade ou orixá representados por elas.
Os médiuns, principalmente os inexperientes, sentem grande dificuldade em firmar para uma boa incorporação sem um elemento visual apropriado.
Não há como explicar a um filho que acaba de entrar no terreiro que a firmeza de Iemanjá, por exemplo, deve nos remeter ao mar e, unicamente, à energia emanada dele. Muito mais fácil e direto quanto apresentamos a bela imagem dessa orixá. A bela moça vestida de azul surgindo do mar entre elementos de seu reino, fazem com que, imediatamente, a energia maritima, necessária nessa firmeza, surja com força na mente do médium e a encaminhe à energia pretendida.
As imagens nada mais são, em nosso meio, que objetos de culto, auxiliares importantes em nossos trabalhos e por isso mesmo merecem respeito, como respeitamos a pemba e a toalha, sem contudo, adorá-las.
Temos carinho por elas, afinal, estão sempre ali, acompanhando nossa caminhada. Como desprezar, sem uma dorzinha no peito, aquele travesseiro que nos acompanhou por anos? Esse é o sentimento do umbandista em relação às suas imagens. Carinho e respeito. Adoração? Nunca!
Luiz Carlos Pereira
Obs. Foto tirada do site: http://www.brasilcomercial.com/clientsimages/esoterismo_1.jpg
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